Alguns dias depois do discurso do PM português sobre as novas medidas de austeridade e depois de muitas opiniões corridas sobre este assunto é hora de olhar o discurso sob outro ponto de vista: a comunicação.
A verdade é que já todos sabemos que os discursos e outros anúncios políticos são quase sempre de uma linguagem pouco perceptível para o público-alvo, o target, e na passada Sexta-Feira ainda o foi mais, terá certamente um intuito, mas sob o ponto de vista da comunicação é um enorme erro.
Qualquer comunicação ou discurso deve sempre ter em conta o público-alvo, da mesma maneira que já aqui falei que antes de comunicarmos e para surtirmos o efeito desejado da nossa comunicação é preciso pensar primeiro no tipo de pessoa a quem vamos transmitir a mensagem. Logo o acessor que delineou aquele discurso deveria ter tido em conta que milhares de portugueses, ainda que as suas habilitações escolares ou académicas já sejam superiores devido às Novas Oportunidades, ainda são abrangidos por uma enorme taxa de iliteracia.
Usar palavras mais usuais, uma linguagem mais directa e fazer menos artificios com as palavras teria sido o mais indicado naquele momento, porque seguramente, metade dos portugueses só entendeu as novas medidas pelas informações de rodapé das várias televisões.
O que absorver com isto?
Mais uma vez que para comunicar na sua empresa, com os seus colegas, os funcionários, na sua instituição, ou em qualquer outro momento, deve ter atenção ao uso das palavras e se elas são adequadas ao tipo de pessoa a quem as vai transmitir. Não tente ir ao dicionário de sinónimos trocar "aprender" por "assimilar", porque ambas querem dizer o mesmo e a mais simples é aquela que todos conhecem.
Transmitir uma mensagem não pensando na clarificação da mesma é meio passo para que ninguém a entenda e daí só surjam aspectos negativos. E o exemplo de 6ª feira é um excelente exemplo, quer daquilo que foi dito na televisão, quer daquilo que foi dito nas Redes Sociais.
Não são precisas 10 páginas para dizer aquilo que se pode dizer numa simples frase com 3 ou 4 palavras, por mais negativa que possa ser a mensagem.